“Sonsice” de quem pede propostas ao PSD

O líder parlamentar do PSD acusa de "sonsice" e hipocrisia quem pede aos sociais-democratas que apresentem propostas para o Orçamento do Estado, desafiando o PS a dizer se aceita incluir no documento as preocupações económico-financeiras do PSD. No dia em que arrancam as jornadas parlamentares do PSD, em Coimbra, Luís Montenegro considera "prematuro" fechar já a estratégia orçamental do PSD, mas fez questão de lembrar que a base da política económica e financeira do atual Governo é "a antítese" das ideias do PSD nesta matéria. "Chega a ser um bocadinho hipócrita, chega a haver alguma sonsice que aqueles que criticam de alto a baixo as propostas do PSD agora parecem estar à espera que o PSD vá alterar o que quer que seja no OE", afirmou Montenegro.
Para o líder parlamentar social-democrata, "a questão pode ser posta ao contrário", desafiando o PS a dizer se vai aceitar algumas das orientações do PSD: "O PS vai deixar de fazer reversões? Vai baixar o IRC como se tinha comprometido connosco? Vai deixar de centrar a carga fiscal nos impostos sobre os combustíveis? Vai reintroduzir o quociente familiar?"
"É o próprio Primeiro-Ministro quem se esforça praticamente todos os dias por assinalar essas diferenças, quer na prática, com as reversões que tem feito, quer com a crítica acirrada às propostas do PSD", alertou, reiterando que "este é o tempo de o Governo e dos partidos que o apoiam apresentarem a sua proposta" orçamental na Assembleia da República.
O líder parlamentar do PSD contrariou ainda a ideia de que uma eventual não apresentação de propostas na discussão do OE desvalorize a participação do partido neste processo, sublinhando que, no último debate orçamental, mesmo sem propostas, "o PSD foi o partido que fez mais intervenções". Se em matéria de OE não deverão sair propostas das jornadas do PSD, o líder parlamentar promete, contudo, iniciativas concretas em matérias como educação, arrendamento, investimento ou política florestal. "Tentaremos aprofundar o que têm sido os efeitos da falta de investimento que é hoje talvez o elemento indicador económico mais prejudicial", disse.
As jornadas parlamentares do PSD arrancaram segunda-feira, com uma visita ao agrupamento de Escolas Infante D. Pedro, em Penela (Coimbra), estando a sessão de abertura marcada para as 15h00, com intervenções do presidente do grupo parlamentar do PSD, Luís Montenegro, e do presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra, Maurício Marques. O primeiro painel do dia é dedicado à educação e o segundo, à coesão territorial.

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