O PSD vai requerer a presença da ministra do Mar no parlamento para pedir esclarecimentos sobre as medidas do Governo para "garantir os serviços mínimos" e minimizar os prejuízos para a economia na sequência da greve dos estivadores. "[Para] vir justificar o que tem sido feito, quais as medidas que o Governo entende tomar para garantir serviços mínimos e garantir que este abastecimento não é posto em causa e sobretudo para que as empresas e a economia portuguesa não sejam mais penalizadas", revelou o deputado Luís Leite Ramos, em declarações aos jornalistas, no parlamento, 20 de maio.
O requerimento do PSD visa a audição de Ana Paula Vitorino na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas e na comissão de Agricultura e Mar.
Luís Leite Ramos assinalou que "foram excessivas" as declarações de Ana Paula Vitorino em janeiro dizendo que "acabaram as greves do Porto de Lisboa". "Passados estes meses verificamos que estas declarações eram excessivas e que as expetativas do Governo foram defraudadas e que uma nova onda de greves está a pôr em causa não só o funcionamento do porto de Lisboa - já afugentou uma série de operadores - mas está a pôr em causa o abastecimento aos Açores e à Madeira, nomeadamente os bens alimentares", frisou.
O deputado apelou ainda aos estivadores para que "terminem a greve a bem do país", por considerar que a paralisação "em modo algum beneficia a economia portuguesa".
A este propósito, o presidente do Governo Regional da Madeira transmitiu também ao ministro da Economia, as preocupações da região relativamente às consequências para a economia regional da greve dos estivadores no Porto de Lisboa. Miguel Albuquerque defendeu a necessidade de haver um "regime de excecionalidade" para as regiões autónomas: "Estamos dependentes das operações portuárias e as nossas necessidades dependem disso".
O Sindicato dos Estivadores emitiu um novo pré-aviso de greve, em 28 de abril, para o porto de Lisboa, com incidência nos portos de Setúbal e da Figueira da Foz, que prolongou a paralisação até ao dia 27 de maio. Já em 12 de maio foi anunciado o prolongamento da greve até 16 de junho.