No tradicional jantar de Natal dos deputados do PSD, quinta-feira, 15 de dezembro, o presidente do PSD apontou baterias ao Governo por atuar em função de "preconceitos políticos" e não de resultados de medidas implementadas. "Muitas das coisas que foram decididas pelo Governo e pela maioria que o suporta resultaram de entendimentos entre os partidos" apenas por "preconceito político" e não foi tomado em conta a análise "de resultados" da governação anterior, declarou Pedro Passos Coelho.
O líder social-democrata entende que uma postura como esta "é o que se espera numa sociedade madura, evoluída". "Ninguém fica preso eternamente a uma determinada política. Se são boas, há que as prosseguir, se não são boas, são para corrigir", vincou, garantindo que seria isso que faria se estivesse atualmente no Governo - e que aí olharia para o passado recente de governação PSD/CDS-PP para eventualmente alterar políticas que estivessem a dar menores resultados.
Passos Coelho definiu como "ações de piromania" o falar de temas como a "renegociação da dívida" numa altura em que "os mercados andam agitados e onde a volatilidade é muito maior".
"Quando o Governo aceita pronunciar-se sobre estas matérias comporta-se como um pirómano e está a lançar fogo para tudo o que está à sua volta", destacou o presidente do PSD.
E prosseguiu, alargando as críticas aos parceiros parlamentares do Executivo: "Aqueles que suportam o Governo e que o integram, ao fim de um ano de responsabilidades governativas continuam mais preocupados em reescrever a história do passado do que apontar caminhos para o futuro".
"Estamos hoje pior que há um ano. Em todos os indicadores, o país está aquém do que fomos capazes de fazer em 2015", vincou Pedro Passos Coelho.
Antes, o líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro, havia lembrado que há quem aponte que Passos Coelho "não despiu o fato de primeiro-ministro", mas a realidade é que os partidos da esquerda "é que não despiram o fato de serem opositores ao PSD".
"O rolo compressor desta maioria funciona e com uma veemência que parecia inimaginável para quem ouvisse os discursos destas pessoas e protagonistas quando não tinham de suportar o Governo", frisou Luís Montenegro, referindo-se aos líderes de BE e PCP.
"No que depender de nós, faremos de 2017 um grande ano para Portugal e para os portugueses", garantiu.