Além de ser um dos “mais partidários” de que há memória, o atual Executivo tem falta de coragem para governar e de não conseguir assumir publicamente as medidas que toma. "A política partidária tomou conta realmente do Governo. E depois vemos velhos hábitos regressarem, daqueles que gostaríamos que não existissem: a falta de coragem a governar. O Governo não consegue assumir publicamente as medidas que toma. Isto é gritante na política orçamental", afirmou Pedro Passos Coelho durante a sessão de encerramento da Convenção Autárquica do PSD de Castelo Branco, dia 26.
No primeiro ano da legislatura, o Governo socialista, "ficou muito aquém" das possibilidades do país, constituindo ao mesmo tempo " um dos mais partidários Governos” de que há memória. "2016 deveria ter sido um ano com maior crescimento económico, maior geração de emprego e maior redução de divida do que foi. Em primeiro lugar porque a embalagem que vinha de trás assim o permitia", frisou.
O presidente do PSD explicou também que o impulso que vinha do seu Governo, manifestou-se em 2016, ao contrário da "retórica vigente" do atual Governo.
"A nossa tendência de recuperação estava desenhada firmemente. Crescemos em terreno positivo ao longo de todo o ano de 2014 e tivemos um ano de 2015 em que o crescimento foi de 1,6%. O país beneficiava desse crescimento e também de condições ainda mais favoráveis, de uma política conduzida pelo Banco Central Europeu que tornou mais barato o financiamento ao Estado e à economia", disse.
Pedro Passos Coelho sublinhou que neste ano de governação socialista o país ficou materialmente pior em termos de dívida pública, que cresceu quando se tinha reduzido em 2015. "Num país em que a divida pública é muito elevada, é importante não deixar que isso aconteça e este Governo tinha dito que tinha uma alternativa, que colocaria o país a crescer ainda mais do que no passado e a desendividar-se mais do que nós tínhamos conseguido. Fica o resultado: não só não crescemos mais do que no passado, como a nossa dívida aumentou e isso é negativo", sustentou.
Para o líder social-democrata, há uma inversão de papéis que resulta do facto de o Governo não estar preocupado com o longo prazo e com o futuro.
"Está apenas preocupado com o curto prazo e com as eleições autárquicas que ocorrem no próximo ano. Chega a ser escandaloso a forma como o Governo e a maioria, calendarizam medidas a pensar na demagogia e no populismo que querem fazer em vésperas de campanha eleitoral", afirmou.
Segundo Passos Coelho, o país está a desperdiçar oportunidades e por isso não está tão bem quanto devia: "Não queremos voltar a governar o país nas condições desgraçadas em que o recebemos em 2011, mas não aceitamos que se venda gato por lebre. Se se está a crescer é bom, mas a crescer menos do que no ano passado porque é que haveríamos de estar melhor? Nós podemos estar melhor se a política for outra".