Nacional
Esquerda não quer reformar o país
06 de Novembro de 2016
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O líder da oposição acusou o Governo e a maioria de esquerda de "não querer reformar nada no país e ficar à espera de milagres para poder dar mais a toda a gente".
Intervindo na sexta-feira à noite, 4 de novembro, em Lousada, num encontro com militantes locais e dirigentes distritais, Passos Coelho lembrou o que se passou em 2011, quando o então primeiro-ministro, José Sócrates, "andou a dar tanto e mal e a gastar tanto sem retorno, que, quando depois precisava de dar mais ainda, foi lá ao fundo e já ninguém fiava e já não havia nada para dar".
A seguir, o presidente do PSD avisou: "Se queremos dar alguma coisa, temos de saber gerar alguma coisa de novo. Não se dá o que se não tem. E se queremos ter mais, temos de fazer por isso e não é ficar à espera que as coisas nos caiam no regaço".
Aplaudido pelos militantes que enchiam um auditório na freguesia de Sousela, o líder social-democrata criticava as opções do Orçamento do Estado, que sexta-feira foi aprovado, na generalidade, no parlamento, lamentando que o documento do Governo socialista não preveja ideias que permitam ao país voltar a crescer.
"É preciso fazer reformas para que esta sociedade, que queremos ver florescer no nosso país, possa efetivamente estar ao nosso alcance", defendeu.
Insistindo nas críticas à maioria de esquerda, o líder da oposição considerou que, após um ano de executivo do PS, "a única coisa que fica como desejo da atual maioria e do atual Governo é acabar com a austeridade, como se, vincou o social-democrata, houvesse alguém no país que não quisesse acabar com a austeridade".
"Mas eu andaria com mais prudência nessa matéria, porque não queremos regressar àquilo por que já passamos", acrescentou.
O presidente do PSD reafirmou que a realidade confirma que "falhou a estratégia" do atual Governo, recordando, a propósito, a "enorme diferença" que disse haver entre o discurso do Governo em matéria de crescimento, há um ano, e os resultados entretanto alcançados.
"Nem para o ano o Governo espera que a economia cresça tanto como cresceu connosco em 2015, o que se passa aqui então", questionou, prosseguindo: "Connosco a dívida começou a baixar, com este Governo está a subir, connosco as exportações cresciam ao dobro do ritmo que crescem com a atual solução do Governo, connosco até o consumo privado crescia mais do que com estes senhores que hoje governam. O desemprego baixou mais em 2015 do que este ano e criou-se mais emprego em 2015 do que este ano".
Passos Coelho assinalou que o PSD não está preso ao passado, mas não tem "vergonha ou embaraço" sobre aquilo que fez no anterior Governo.
"Simplesmente, acho que já é tempo de dizer que essa matéria transitou em julgado. Os portugueses sabem o que se passou, não esquecem que 2011 não aconteceu por acaso, sabem o que aconteceu pela mão de um partido, que por acaso está novamente no Governo, que nos trouxe praticamente à bancarrota", concluiu.

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