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PSD pretende auscultar os parceiros sociais
26 de Outubro de 2016
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Pedro Passos Coelho anunciou que vai ouvir os parceiros sociais sobre as propostas “de natureza estrutural” a apresentar na discussão do Orçamento do Estado de 2017. O presidente do PSD falava na abertura das “Jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão”, dedicadas ao Orçamento do Estado 2017, em Albergaria-a-Velha (distrito de Aveiro), terça-feira, 25 de outubro.
“O PSD apresentará algumas propostas de natureza estrutural, nomeadamente sobre como consolidar as contas públicas, sem ser através de impostos indiretos, e como atrair mais investimento externo, e vai pedir um encontro aos parceiros sociais para os ouvir”, anunciou.
Passos Coelho tem dúvidas de que a maioria parlamentar venha a acolher as propostas que o PSD vai apresentar, até porque “o ministro das Finanças já veio dizer que há pouco espaço para mexer” e o Orçamento reflete as escolhas do PS, do PCP e do BE.
“Não é por estarmos na oposição que desejamos que corra mal ao país, mas devemos chamar a atenção para o que corre mal e apresentar a nossa alternativa e dar o nosso contributo para que possa ficar melhor”, declarou.
O líder do PSD considera que o caminho devia ser outro para aproveitar melhor condições conjunturais como o petróleo mais barato, a taxa de juro do Banco Central Europeu mais favorável e as importações mais baratas do que no período do ajustamento em que esteve à frente do governo: crescer mais, atrair mais investimento que dinamiza o emprego e gerar confiança junto dos mercados.
Esse outro caminho, sublinhou, passa por “ser mais prudente na restituição de rendimentos, mas sobretudo por uma estratégia para atrair mais investimento”, e não “acertar a despesa pelo calendário mais interessante para o Governo e depois se verá”, de forma a garantir a sobrevivência dos acordos à esquerda.
“O Governo prefere crescer poucochinho para ir mantendo o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda”, acusou, considerando o anunciado aumento das pensões “o aspeto mais chocante”.
Comentando ainda a política económica seguida pelo atual governo, o presidente do PSD referiu que a mesma está errada, pois não promove a confiança para que os investidores possam acreditar em Portugal: “Se não conseguimos transmitir estabilidade fiscal e uma visão de confiança para futuro, este não será tão bom quanto deveria ser. Se associarmos a esta realidade um conjunto de reversões em áreas estruturais, percebemos por que estamos a fazer pior do que outros países. E isso é mau. Se nos anos de maiores dificuldades estávamos a conseguir aproximar-nos dos nossos parceiros europeus, porque não estamos a fazê-lo agora?”
“O Estado tem pouco dinheiro e há um problema de sustentabilidade das pensões que o Governo decidiu empurrar para mais tarde, mas se falta dinheiro é preciso cuidado com os aumentos e estas atualizações vão ser pagas pelos impostos”, insistiu, acusando o Executivo de António Costa de querer “fazer um bonito” para as eleições autárquicas.
É que, só em agosto, o Governo vai ver se a atualização ficou aquém dos 10 euros, podendo haver, nesse caso um aumento extraordinário.
“Porque não dá esse aumento já em janeiro? Só em agosto é que vai haver dinheiro? Dava menos, já a partir de janeiro. Sabemos porquê. Quer fazer um bonito, no calendário que lhe é mais interessante”, criticou.
As jornadas do PSD dedicadas ao Orçamento do Estado prosseguem até 28 de novembro, com mais 18 sessões, com a participação de membros da comissão política permanente do PSD, dos vice-presidentes do grupo parlamentar e dos deputados de cada distrito.

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