O PSD vai apresentar propostas credíveis durante o debate orçamental para "mostrar que pode haver alternativas do ponto de vista estrutural". O presidente do PSD fez este anúncio dia 21 de outubro, no Palácio de Belém, em Lisboa, depois de ter estado reunido a sós, durante cerca de uma hora e cinco minutos, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que ouviu os partidos com assento parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2017 e a situação política.
"Como digo, nós não entraremos no leilão orçamental, creio que o líder parlamentar explicou isso muitíssimo bem", declarou o líder do PSD, acrescentando: "Isso não nos impedirá de mostrar que pode haver alternativas do ponto de vista estrutural para o futuro do país".
Segundo Passos Coelho, essas ideias já estiveram no discurso do PSD, durante o debate do Orçamento do Estado para 2016 no início deste ano. "Desta vez, estando no discurso, poderão ter alguma tradução também em matéria de apresentação de propostas", acrescentou.
"Nessa altura, quer o Governo quer a opinião pública terão a ocasião de avaliar o esforço que o PSD faz no sentido de contribuir para matérias de natureza estrutural que possam corresponder a reformas importantes que do nosso ponto de vista ajudarão a que a nossa economia possa crescer de uma forma mais sustentada, bem como o emprego", disse.
Passos Coelho reiterou que o PSD vai contribuir com propostas "que facilitem a atração de investimento, que criem melhores condições de confiança para a economia, e indiscutivelmente algumas de natureza tributária poderão vir a ter esse efeito".
"Não iremos apontar para matérias desgarradas, para propostas soltas. Elas terão sempre um enquadramento estrutural", reforçou.
Quanto ao acolhimento que espera para as propostas do PSD, declarou que "o Governo depois dirá e a sua maioria, porque é para isso que serve o debate democrático e parlamentar". "Isso depois se verá quando as propostas forem apresentadas", acrescentou.
Pedro Passos Coelho respondeu a algumas perguntas dos jornalistas, depois de uma intervenção inicial em que relatou ter transmitido ao Presidente da República a posição do PSD "quer sobre o Orçamento do Estado quer sobre a situação geral do país".
Sobre o Orçamento do Estado, "o essencial do que o PSD nesta fase deve dizer publicamente sobre o Orçamento já está dito", defendeu.
"Tive apenas também a oportunidade de trocar algumas impressões com o senhor Presidente da República sobre questões de natureza internacional, na medida em que estive em Cabo Verde ainda recentemente e aproveitei essa oportunidade também para desenvolver alguns contactos de que gostaria de dar conhecimento ao senhor Presidente da República", adiantou.