O candidato do PSD a presidente do Governo dos Açores anunciou que vai manter os programas ocupacionais, solução que critica, mas considera necessária na atual conjuntura. “Os programas ocupacionais irão continuar enquanto forem necessários”, afirmou Duarte Freitas em entrevista à agência Lusa, acrescentando que, apesar da precariedade, estes programas “são necessários num momento de fragilidade e em que não há empregos”.
Existem nos Açores cerca de 6.000 pessoas a frequentar programas ocupacionais, porque a economia “chegou a um ponto muito difícil e de enorme crise”, e, “enquanto a economia não reagir, os programas ocupacionais são necessários”.
Para o candidato social-democrata, o importante é trabalhar para “acabar com esta precariedade” e dar esperança aos jovens, trabalho que se faz “através do desenvolvimento da economia, utilização de fundos europeus e regionais, e captação de investimento externo”, defendendo igualmente alterações legais aos diplomas dos programas ocupacionais.
“O Governo existe para ajudar quem precisa, quando é preciso, mas não para amarrar as pessoas, especialmente os jovens, à falta de esperança e à precariedade e é isso que nós temos de resolver”, declarou o líder do PSD/Açores.
O candidato adiantou que a taxa de desemprego jovem está na ordem dos 40% nos Açores, “apesar de todos os programas ocupacionais existentes”, e este “é um problema que tem de ser atacado e resolvido”.
Alegando que 70% do emprego nos Açores provém de pequenas e médias empresas e que os privados só tiveram 20% das verbas do último quadro comunitário de apoio, Duarte Freitas comprometeu-se, também, a alterar este cenário se vencer as eleições, facilitando e desburocratizando o acesso a estas verbas por parte dos empresários.
“Não quero mudar o que está bem. Quero apenas mudar o que está mal”, garantiu, defendendo que a Educação é a chave para o futuro do arquipélago e preconiza a aposta na escola digital.
Para o candidato, é importante ultrapassar “os rankings negativos nesta área”, assim como implementar a escola digital. “Defendo uma linguagem informática a partir do 5.º ano de escolaridade, porque nas novas tecnologias temos uma grande mercado, com enorme potencial de criação de emprego, desde logo emprego jovem”, declarou Duarte Freitas, explicando que a escola digital insere-se num plano maior, incluindo estabelecer contratos de autonomia com os estabelecimentos de ensino.
O candidato social-democrata frisou que “a autonomia fez-se para que, em áreas de competência própria, como a Educação e Saúde, a região pudesse estar mais avançada e os açorianos mais bem servidos”.
Na Saúde, outra das áreas prioritárias num futuro governo social-democrata, Duarte Freitas comprometeu-se, no prazo de uma legislatura, a ter médicos de família para todos os açorianos, a retomar a deslocação de médicos especialistas às várias ilhas sem hospital e “diminuir fortemente” as listas de espera cirúrgicas, através de “um programa contínuo de produção acrescida, tendo em conta a capacidade instalada ao nível dos blocos operatórios”.
Duarte Freitas, nesta entrevista, declarou-se convicto de que o PSD vai ganhar as eleições. O PSD vai sair vitorioso a 16 de outubro, porque tem “um projeto forte, alternativo e exemplos”, como o caso da liberalização parcial dos transportes aéreos para a região.
“Carlos César perdeu 13 atos eleitorais antes de ser presidente do Governo, eu penso que já tinha a perder os que perdi e, portanto, aqueles de agora para a frente é para ganhar”, realçou o candidato, de 50 anos, natural da ilha do Pico.
Segundo o cabeça de lista, “o PSD está muito solidário, muito unido, renovado e aberto” e soma “mais dois mil novos militantes” desde que é presidente do partido na região.
“Eu não troco ilha nenhuma por nenhuma outra, eu sou um açoriano de todas as ilhas, foi assim quando estive em Bruxelas. Nunca essa questão se colocou e para mim não se coloca. Todas ilhas têm o mesmo valor, a mesma dignidade, a mesma capacidade”, disse.
Para Duarte Freitas, “o que os açorianos têm hoje desse Governo é um enorme ‘boom’ no turismo e nos transportes aéreos”, e isso “é algo que vai marcar para todo o sempre a governação da República do anterior Governo”.
O PSD arrancou domingo, 2 de Outubro, oficialmente a campanha eleitoral para as regionais na ilha São Miguel.