“A estratégia do Governo é economicamente errada" e a atuação do executivo socialista tem sido "imprudente" ao ponto de ter invertido a tendência deixada pelo anterior Executivo de convergência com a Europa. O resultado para Portugal é um crescimento económico anémico, uma economia estagnada. Para a vice-presidente do PSD Maria Luís Albuquerque, o crescimento de 0,2% da economia no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses do ano traduzem números pouco animadores. "Os números que saíram são francamente negativos, temos um crescimento homólogo de apenas 0,8%, o que significa uma taxa de crescimento de sensivelmente metade daquilo que foi registado no ano de 2015", afirmou Maria Luís Albuquerque, em conferência de imprensa, na sede do PSD, 12 de agosto.
A ex-ministra das Finanças considera que os dados mais recentes representam também uma divergência relativamente ao crescimento na área do euro e na União Europeia. De acordo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a economia portuguesa cresceu 0,2% entre abril e junho face ao primeiro trimestre deste ano, taxa idêntica à dos dois trimestres anteriores, e avançou 0,8% em termos homólogos. Em termos homólogos, a economia desacelerou, face ao crescimento de 0,9% no trimestre anterior.
Maria Luís Albuquerque destacou ainda o facto da procura interna não ter tido qualquer contributo positivo para o crescimento. "O investimento está estagnado, a economia está estagnada", frisou, salientando que o investimento depende essencialmente da confiança e esse foi um dos primeiros valores que este Governo "pôs em causa logo no início do seu mandato".
Alertando que os "erros" da estratégia do Governo terão consequências, a vice-presidente do PSD lembrou que sem crescimento económico será mais difícil cumprir metas e existiram consequências negativas quer sobre o défice, quer sobre a dívida pública ou a recuperação do emprego.
Relativamente às exportações líquidas, Maria Luís Albuquerque recordou que o desempenho das exportações tem sido “cada vez mais fraco". "O Governo tem tido uma atuação que é imprudente, tem seguido uma estratégia económica errada", vincou, referindo que, quando a economia deixa de crescer, "se segue inevitavelmente austeridade".
Questionada se considera que o cumprimento da meta do défice poderá estar em causa, a antiga ministra das Finanças recordou que "quando o crescimento económico não é aquele que se antecipa, isso tem consequências negativas em todos os níveis".