O PSD acusa o ministro das Finanças de "criar uma ilusão" de mau funcionamento do sistema financeiro ao alimentar uma "suspeição constante" sobre a banca, nomeadamente sobre a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Em Braga, em conferência de imprensa, 1 de agosto, o vice-presidente do grupo parlamentar social-democrata Hugo Soares censura o Governo, em "especial" o Primeiro-Ministro e o ministro das Finanças, por permitirem que se "desbarate por completo" o valor da CGD ao deixarem que se discuta em praça pública o valor da recapitalização do banco público.
Hugo Soares afirmou também que o PSD espera que o ministro das Finanças, que acusou de "nada saber", tenha uma “ambição responsável” e não injete mais dinheiro do que o necessário no banco público por "capricho", lembrando que mesmo que aquele valor não entre para as contas do défice é "dívida" que "terá que ser paga" pelos portugueses: "Dá às vezes a sensação de que o Governo, em especial o primeiro-ministro e o ministro das Finanças querem alimentar uma certa suspeição constante sobre o sistema financeiro e isso prejudica o sistema financeiro, prejudica a confiança na economia e não conseguimos perceber porquê".
Segundo o PSD, "parece que há uma vontade férrea do ministro das Finanças em criar a ilusão de que o sistema financeiro não está a cumprir aquilo que deve cumprir em termos de rácios de solvabilidade".
Para Hugo Soares, o Governo anda a "tardar" em esclarecer qual o valor que será necessário para recapitalizar o banco público: "Qualquer ministro das Finanças responsável, assim que saíram valores [sobre o montante a injetar na CGD], que ele diz que ainda não existem, deveria ter chamado a comunicação social e dizer que ainda não há um valor mas que queremos garantir a confiança a todos os portugueses no sistema financeiro e na CGD".
Ainda sobre o valor da recapitalização da CGD, que, lembrou Hugo Soares, a atual administração do banco referiu que deve rondar os 2 mil milhões de euros, o PSD afirmou esperar que o Governo tenha uma "ambição responsável" ao definir o valor a investir naquela instituição bancária. "Se o Governo por algum capricho do acionista que é o Governo, representado pelo ministro das Finanças, quiser somar a estes dois mil milhões um valor astronómico, então estamos a falar de uma ambição que é irresponsável e de uma ambição que será paga em dívida e com os impostos dos portugueses", alertou o deputado.